Escolhas...

Já quis experimentar a vida, suas possibilidades, provar da calmaria à agitação. Sentir o coração batendo em ritmo lento e senti-lo acelerar uma noite toda. Já quis preencher fotos com novos rostos, novos lugares, novas cores... Foi preciso mudar algo em mim para criar possibilidades. Desajustei o que era preciso mas mantive seguro o que sempre foi meu, me dividi em duas para descobrir quem eu era, ainda assim não me vi em metades.

Quando as luzes se apagam escolho o silêncio, a tranquilidade de estar onde estou. Prefiro vozes sussurradas que me façam confissões. Prefiro sentir meu corpo leve, os pés descalços... Deixo de lado sapatos de salto apertados das noites frias.

Escolho os chocolates, pizzas e vinhos. Escolho a conversa, a descontração de uma dança no tapete da sala, sem ritmo e preocupações. Escolho o que sou.

Abro o armário, reviro fotografias, seus rostos diversos, todos juntos preenchendo um papel. Me encontro onde falta, no azul da paisagem, nas ondas do mar, no jardim colorido, nos rostos de sempre, tão conhecidos, antigos, tão meus.