terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tudo bem assim...






Por alguns instantes, eu te dei face. Por alguns instantes, sua imagem ocupou o lugar da imagem desfocada que pairava sob minha imaginação. Por alguns instantes, que não se pode contabilizar em tempo, porque duraram tanto, duraram o suficiente para que você tenha existido em mim.

Não me importo que não seja, quer dizer, eu me importo, sabe? Às vezes eu ainda me pego me desvencilhando de você naqueles pequenos segundos que percebo seu olhar me procurando,  mas aí, bom, aí eu me lembro que não foi preciso treinar o olhar para que você se mostrasse outro diante dos meus olhos, mesmo que nem por um segundo você tenha deixado de ser a pessoa que eu acreditei ser. Você sempre vai ser aquele cara legal, na verdade, você sempre vai ser muito mais do que isso. Só é um pouco diferente agora. Eu só tomei consciência de mim, de você, e aquele segundo que te olhei e soube, se repete, não sai de mim. E assim o meu olhar tem outras cores, não existem expectativas, e nem tento te decifrar ou te projetar ocupando qualquer lugar diferente daquele que já é seu. E está tudo bem assim.

Está tudo bem, e estou grata, principalmente. Foi bom ter colocado seu rosto e seu sorriso ocupando um lugar que não sei de quem é, fiquei feliz por você se encaixar ali e nem tentar sair. Feliz por descobrir que coloquei as peças erradas, e que não há mal nenhum nisso, feliz por me sentir viva e me dar a chance do erro, do teste, da curiosidade.

Talvez você tenha sido só isso, curiosidade, vontade em saber, vontade de ser, de ter, um vislumbre de lugar seguro. Talvez. Mas aqui dentro, sei que você mudou muita coisa. Me desculpe. Digo, desculpe por ter te encaixado em lugar errado. Curioso saber que, nessa confusão de peças, de alguma maneira, eu te encaixei em mim, na memória, para sempre me lembrar. Obrigada.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Ser...






Eu sempre quis ser poesia, porque sempre quis ser leve. Queria brincar pelo mundo, escorregando por entre meios, como quando palavras se juntam, porque quando isso acontece, tudo parece fazer sentido.
Sempre quis fazer sentido, e a poesia, mesmo quando não faz, a gente vê sentido nela, não vê? Um sentido que a torna nossa, mesmo quando ela é de outra pessoa, mesmo quando a gente sabe que ela experimentou outras dores e outros sabores.
Acho que é isso, sempre quis olhar as coisas e senti-las um pouco minhas, mesmo quando sei que não são, mas quando olho para algumas cores, pessoas, lugares, por alguns instantes, eles também são meus.


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Sem panos, sem planos...





Como é que tudo se desfez tão rápido? De onde vieram e pra onde foram todas aquelas coisas, tão novas, tão simples, que imaginei e rapidamente tornei minhas? Elas existiram em mim, cada pedacinho, cada nova sensação, palavra e dimensão, antes mesmo de você imaginar que existia em mim, você me deu um algo novo, brincou com tantas coisas que eu nem desconfiava saber. Brincou certo, não chacoalhou meu mundo, nem me tomou de mim, mas me levou, para um lugar onde os dias amanheciam com cores diferentes. E de repente, já não é.

 Não é porque eu sei que também não deixei que fosse, porque eu corri feito menina em direção nenhuma, e quando me permiti, te olhei nos olhos e nada existiu, e sabe, naquela noite, eu pedi a Deus que me dissesse o que você você estava fazendo ali, porque ele te trouxe nesse momento da minha vida onde você parecia responder questões, mas nada nunca se esclarecia.

Calma, eu sei que ali, quando me sentei ao seu lado naquela tarde, Ele estava me dando respostas, diferentes da que quis perceber, das que esperava sentir, mas eu não podia mais, sabe? Não podia mais continuar sentindo, te vendo, te olhando, sem saber. Me entenda, você deixou tantos rastros dessa passagem, deixou tanta coisa boa, ouso dizer que me ajudou a me tornar quem eu sou, tirou da minha frente os vidros que embaçavam minha visão, me deu liberdade para existir de outra maneira, e as vezes, nas muitas vezes que sei que ainda estará ao meu lado, eu quase chego a esquecer dessa resposta, quase chego a esquecer que você não é para mim. Era bonito e fácil acreditar nisso, era bonito ser quem sou ao seu lado, quando você me olhava de cima, me cuidava com o olhar.

Sentir que não é, é uma pontada de dor, uma injeção de alivio. Já não sei onde aperta o sapato, onde formaram-se os calos, não sei quando me sinto descalça. 

Ontem, cantarolei uma música, fechei os olhos e deixei o peito inflar. Acalma, deixa a vida correr. Por hora, me deixa quietinha aqui, nesse canto da sala, me deixa pensar que a vida se ajeita, que tudo se explica, que o bonito fica. Semana que vem talvez a gente até mude o jogo, e a música que cantarolo sem pensar seja apenas um rock de bar. 

Mas hoje, você nem sabe, tem tanta palavra brincando aqui dentro, tanta palavra que queria existir. Amanhã, a vida se reoorganiza, brinca com o novo, e faça essa vida bonita "re-existir"! 



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Correndo riscos...






Se aumentar o tom, corro o risco de me escutar. Fecho então os olhos em silêncio e busco numa memória, que não essa, agora minha, qualquer sinal de que isso tudo de alguma maneira me pertença, que as tantas coincidências aparentes sejam reais. Abro os olhos lentamente, tento me ver, busco dentro de mim qualquer resposta, e quando olho no espelho, o que reconheço é talvez um pouco diferente de ontem, mas vejo a ansiedade e a reticência gritando se me olhar bem fundo nos olhos.
Eu olho para dentro de mim e desfaço pensamentos, como seria possível, meu Deus! Olho aos céus e peço respostas, peço sonhos que me digam para onde ir, ou a maneira como posso sair correndo, gritando para longe daqui. Talvez seja tarde demais quando, ainda que sem saber, sem sentir, eu já tenha me atirado nesse abismo desconhecido. É tudo tão novo em mim, para mim. Fecho os olhos mais uma vez e me lembro que a vida transcende em muito nosso entendimento, desacelero e entrego. Aceito o que não for pra ser, percebo que os encontros das almas se dão muito antes de corpos se encontrarem na vida, e então me coloco em posição de receber o que for meu para a vida. Só assim perco a pressa, o medo e deixo que os mistérios da vida se desvendem, ao seu tempo.


terça-feira, 6 de agosto de 2013

" Isso vai sem eu dizer..." *





Se o incerto também nos guia, outras vezes, tudo que precisamos é de certezas. Certezas que não se mostram, que amedrontam quando a gente se pergunta os melefícios de se acreditar no incerto. Logo eu, que nunca fiz planos, que sempre deixo a vida acontecer, me pego de olhos fechados vislumbrando o que pode não ser, em seguida me chamo a realidade que nada me diz. De onde vem essa inconsequência de acreditar nas promessas que nunca me foram feitas, de acreditar no que diz o invisível, na brincadeira que inocentemente se levou tão a sério, no que diz a voz que sequer ouvi. E quando tudo se coincide, quando a vida toma o rumo que se afasta e se aproxima, na mesma velocidade, de tudo aquilo que fechamos os olhos e pedimos em oração?
Inconsequência pode ser a única resposta quando olho ao redor e vejo as cenas que tanto temo se repetindo insistentemente.

"...Como uma idéia que existe na cabeça e não tem a menor pretensão de acontecer (...) O que eu ganho, o que eu perco, ninguém precisa saber..." - Lulu Santos *

sábado, 27 de julho de 2013

Fatos aleatórios sobre mim


A Nathy fez essa postagem, seguida pela Lú, que acabou me dando vontade de postar também, depois de tanto tempo, talvez com isso apareça mais vezes, ou não, vai saber! Mas vamos lá, a regra era escrever 50 coisas sobre mim, foi difícil, mas vamos lá:

1-    Sou filha única, mas sempre quis ter irmãos

2-     Sou extremamente ligada aos meus pais.

3-    Sou totalmente do mundo das artes e de trabalhos manuais: Entrei em um curso de pintura em telas aos 7 anos, escrevi meu primeiro caderno de poesias aos 10 e sou completamente apaixonada pela escrita. Me formei em Design de Moda e  atualmente faço curso de fotografia. Todo tipo de arte me fascina.

4-    Sou de família espírita Kardecista e nesta doutrina está tudo que acredito e todos os ensinamentos que procuro seguir na vida.

5-    Quando criança, morei por 3 anos em São Paulo, e cresci indo frequentemente aos finais de semana, mais tarde foi onde cursei a faculdade, apesar disso, tenho uma verdadeira relação de amor e ódio com a cidade, e fujo com todas as forças de qualquer caminho que me levem a morar lá novamente.

6-    Perdi um tio quando eu tinha 7 anos de idade, apesar disso, me sinto extremamente conectada a ele até hoje, e de alguma maneira, sei o quanto essa conexão é forte e real.

7-    Já tive tantos medos que minha vida por algum tempo girava em torno deles, determinando todos os meus atos, fiz terapia por dois meses, mas foi sozinha e trabalhando muito comigo mesma, que consegui voltar a normalidade.

8-    Sou tímida, mas já fui muito mais. Apesar disso sempre tive facilidade em fazer novas amizades, porém, são poucos os amigos em que eu consigo confiar, posso ser muito próxima de alguém e ainda assim levar anos para considerar um amigo de verdade.

9-   Tenho amigos virtuais, quatro deles conheci pessoalmente. É uma experiência única que todos deveriam provar ao menos uma vez na vida.

10- Não gosto de locais fechados, acho que tenho uma leve claustrofobia.

11- Sou reservada e são poucas as pessoas para quem conto qualquer coisa da minha vida.

12- Gosto de ouvir e tentar entender as pessoas.

13- Tinha mediunidade aflorada quando criança, e como não sabia trabalhar com isso, fui ao centro espírita para ser cortada.  

14- Não me considero uma pessoa intuitiva, mas em questões que me deixam muito preocupada, tenho intuições muito fortes. 

15- Não ando de metrô! Após um assalto dentro de um, que desencadearam uma porção de medos, esse foi o que eu não consegui superar, quando não tem saída e preciso entrar em um, vou rezando o caminho inteiro.

16- Compro sempre mais livros do que consigo ler. Acumulo livros “não lidos”.

17- Amo vestidos e uso em todas as ocasiões possíveis, dificilmente me verão usando calças ou shorts.

18- Amo maquiagem, não tanto pelo fato de estar maquiada, mas amo o ato de me maquiar, é um momento terapia onde esqueço do mundo.

19- Adoro palavras novas, se ouço alguma diferente já procuro registrar o significado e achar possíveis aplicações para ela em frases. 

20- Sou muito enrolada, se tenho tempo para fazer alguma coisa, eu vou usar ele todo. Vou fazer lentamente, e quando o tempo estiver acabando, eu termino na correria. 

21- Sou completamente apaixonada por crianças, ao ponto de amigas me mandarem mensagem porque lembraram de mim ao ver um bebê fofo na rua, porém foram poucas as crianças que convivi. Sonho em ser mãe um dia.

22- Não bebo nenhuma bebiba alcoólica porque não gosto do sabor, mas gosto de batidas doces.  

23- Não gosto de baladas! Fui em várias durante a faculdade e confesso que naquele período eu até gostei, mas hoje em dia, dispenso facilmente.

24- Sei as calorias de quase todos os alimentos que costumo comer, virou quase uma mania.

25- Sou MUITO fresca com comida.

26- Há alguns anos parei de assistir notíciarios, e não deixo ninguém assistir perto de mim! Violência, morte, sequestro, ouviu falar? Não, não ouvi e não me conte!  Foi a maneira que encontrei de viver mais tranquilamente.

27-
Não gosto de telefone, sempre deixo que alguém o atenda, só faço ligações quando necessário.

28- Brinquei muito na rua quando criança, e essa é a melhor lembrança da minha infância.

29- Tenho com chocolate quase uma relação de dependência. Descobri que comendo frequentemente, chegava a sentir dor de cabeça ao interromper, por isso hoje como muito esporadicamente.

30- Amo decoração. Adoro decorar ambientes, trocar coisas de lugar, transformar móveis antigos.

31- Amo a madrugada e é onde tudo flui melhor. Escrever, conversar, ler. 

32- Amo animais de estimação, já tive peixe, coelho, tartaruga, pássaros e cachorros e já quis ter um macaco, mas não gosto de gatos.

33- Tenho pressão muito baixa, em estado normal ela não passa de 10, em longos períodos sem comer, ela já chega a cair para 7. Então vivo tendo a sensação que vou desmaiar por aí, o que é horrível, na primeira vertigem eu quero me tele transportar para casa.

34- Em alguns aspectos, sou muito observadora.

35- Só consigo pegar estrada ouvindo música, fico desesperada quando esqueço o iPod em casa.

36- Já fui muito nostálgica, queria voltar no tempo e reviver tudo. Ao mesmo tempo, essa nostalgia fez com que eu vivesse tudo muito intensamente, que hoje tenho uma saudades gostosa dos momentos bons que já vivi, não mais o mesmo desejo de voltar no tempo.

37- Tenho carteira de motorista há muitos anos, mas muito medo de dirigir.

38- Tenho problemas com a cor vermelho, não consigo usar batom, esmalte, nem roupas vermelhas.

39- Tenho um senso de organização ótimo, mas desorganizo com a mesma facilidade! 

40- Tenho uma memória visual muito fraca, por mais contraditório que possa parecer, mas dificilmente eu vou lembrar de muitos momento da minha vida como um “filme”, na maioria das vezes são flashs, cenas cortadas, talvez por isso goste tanto de registrar momentos, escrevendo, fotografando.

41- Amo tintas, adoro sair pintar tudo, desenhos, parede, móveis, objetos...

42- Sou extremamente imediatista, quero tudo para ontem, por isso dificilmente paro as coisas pela metade, quando começo alguma coisa, tenho desespero para vê-la pronta.

43- Tenho vontade de fazer uma tatuagem pequena que tenha um significado forte.

44- Adoro andar arrastando edredom pela casa.

45- Deixo muito que a vida me mostre os caminhos, acredito demais no “invisível” e não acredito em “mero acaso”.

46- Minha mãe já fez curso de estilismo, meu pai desenhava, meu avô trabalhou a vida toda em uma fábrica de tecidos  e minha avó materna costurava. Acho que não cursei Moda por acaso, né?

47- Quero sempre achar um “porque” para quase tudo na minha vida.

48- Fui louca por Sandy e Junior, comprava e gravava tudo, também ia a todos os shows possíveis. Foi uma fase louca, mas linda! Acho que todos deveriam provar a adrenalina gostosa que é ser fã de alguém.

49-
Crio mecanismos de defesas que podem me fazer parecer muito estranha e fria algumas vezes, tenho muita dificuldade em lidar com a morte, por isso dificilmente vou conversar com alguém sobre as pessoas da família que já morreram, o que muitas vezes pode fazer parecer que eu não me importo.

50- Considero a faculdade como marco na minha vida, mudei, vivi muitas novas experiências, e aprendi com as pessoas que conheci, e no ambiente em que vivi.