quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Correndo riscos...






Se aumentar o tom, corro o risco de me escutar. Fecho então os olhos em silêncio e busco numa memória, que não essa, agora minha, qualquer sinal de que isso tudo de alguma maneira me pertença, que as tantas coincidências aparentes sejam reais. Abro os olhos lentamente, tento me ver, busco dentro de mim qualquer resposta, e quando olho no espelho, o que reconheço é talvez um pouco diferente de ontem, mas vejo a ansiedade e a reticência gritando se me olhar bem fundo nos olhos.
Eu olho para dentro de mim e desfaço pensamentos, como seria possível, meu Deus! Olho aos céus e peço respostas, peço sonhos que me digam para onde ir, ou a maneira como posso sair correndo, gritando para longe daqui. Talvez seja tarde demais quando, ainda que sem saber, sem sentir, eu já tenha me atirado nesse abismo desconhecido. É tudo tão novo em mim, para mim. Fecho os olhos mais uma vez e me lembro que a vida transcende em muito nosso entendimento, desacelero e entrego. Aceito o que não for pra ser, percebo que os encontros das almas se dão muito antes de corpos se encontrarem na vida, e então me coloco em posição de receber o que for meu para a vida. Só assim perco a pressa, o medo e deixo que os mistérios da vida se desvendem, ao seu tempo.


1 comentários:

Lu disse...

"Aceito o que não for pra ser." E quem realmente consegue trilhar esse caminho traz em si tanta sabedoria, Lí! Viver talvez à margem do que se "quer", mas compreendendo que o "necessário" é que é a prioridade nos assuntos da alma. Ah, é difícil sabe? Tô nessa peleja, mas torço muito para que o sucesso já te pertença!!!
Beijooo!!