quarta-feira, 7 de abril de 2010

E me deixa bem aqui...



Tenho medo de ser pouco, diante do tudo, tenho um medo sem tamanho de ser breve. Breve perto de você, de não dar conta de tudo que me foi dado, de não conseguir atravessar as ruas sem entrelaçar minhas mãos nas suas. Medo de ir e me deixar aqui, mas preciso percorrer outros caminhos, sabe como é?!

Eu aprendi tudo, fiquei de canto observando os detalhes, e eu te amei ainda mais quando você não estava olhando. Tô aqui porque você me trouxe e me pegou pra você, porque você ainda me pega e me leva para longe das minhas viagens imaginárias e tira palavras da cartola como se elas estivessem sempre ali preparadas pra mim e assim, de repente, é como se o mundo se tornasse outro, como se você roubasse pedacinhos mais suaves dele pra me dar.

Eu me perco e me acho em você e não consigo ir pra longe, mãe. Eu fico, sempre fico. Aí você diz que é preciso sentir medo, e me empurra um pouco mais, diz que a vida aqui e lá brinca sob o som da mesma canção e me deixa ir sabendo que eu volto sempre, volto tão logo.

Eu aprendi tanto, mãe. Aprendi correndo e brincando nessa vida cheia de cores que você me deu, aprendi nesse vai e vem de todos os dias, aprendi a contornar as nuvens nubladas, a correr com força contra raios e trovões. Mas ainda não consigo ir e buscar o que é meu, ainda tenho medo de uma vida que não aqui, e me vejo no direito de parar o tempo, de ser um pouco mais sua, de sugar um pouco mais de você, de ficar aqui quietinha esperando meu coração gritar quando for chegada a hora, quando for minha hora de acontecer em outro pedacinho do mundo onde não te terei ao alcance dos olhos, da voz que todo dia grita por você. É só mais um pouco, e eu vou, juro que vou atrás o que é meu, mãe.

É só um pouco de medo, é só amor...

14 comentários:

Milena M. disse...

Que linda sua gratidão.
Mas não tenha medo, vá em frente, sempre.
Adorei o texto, mesmo.
:*

Paula Teles disse...

Ameeeeei o texto lindo e lindo Beeeeeeeeijos

Rebeca Amaral disse...

Que texto belo! Que belo blog!
Parabéns menina!
Beijão.

Brenda Palma disse...

amei o blog e o post é lindo!..
seu blog é muito fofo!!!

vou seguri ta?

http://tudodmenina.blogspot.com

Colorida e bela* disse...

Lí, já estava lindo todo texto. E, como se não bastasse, você resumiu tudo o que disse, na delicada e última frase: "É só um pouco de medo, é só amor..."

Beijinhos! Um ótimo fim de semana pra você!!

Michele disse...

Eu tive tanto medo de sair de perto da minha mãe. Senti muito sua falta quando me casei porque sempre fomos extremamente unidas! Mas depois NOS acostumamos. Nada que ligaçõeszinhas diárias pra matar a saudade e botar a fofoca em dia não resolvam! hehehe

As mães têm o dom de nos resgatar. Não sei o que faria sem a minha! Ela tem feito tanto por mim. Já me ajudou e me ajuda dia-a-dia a superar cada um dos meus medos, esclarece dúvidas, põe fim às ansiedades!

Mas te digo uma coisa: às vezes a distância ajuda! Hoje somos, eu eu ela, parte de uma relação ainda mais madura! O amor só cresce, mesmo quando muda... :)

Um beijo, querida!

Luck! disse...

um dia de cada vez..
tudo se encaixa..
é só tomar decisões quando precisar, o que é seu virá,... sempre vem, sempre acontece com todo mundo...
é só vc saber o que quer!
=p

Alessandra disse...

Lindo, são nossas mais que nos empurram, nos fazem continuar quando sentimos medo, e a última frase foi linda, "É só um pouco de medo, é só amor..."
Beijos, vou segui-la!

Fran disse...

Que texto mais lindo, inspirador!!!!
É um pouco de tudo que já sentir um dia!

Lindo demais!
Parabêns!

Beijos linda!

Mayara disse...

"...e eu te amei ainda mais quando você não estava olhando."
"Eu me perco e me acho em você e não consigo ir pra longe, mãe."
Primeiramente, você escreve muito bem. Parabéns!
Fiquei emocionada com o texto, de verdade. Lindo!
Mãe é dádiva. Carinho incondicional, amor além da vida. Não há pessoa no mundo capaz de fazer o que ela faz por nós todos os dias.
Tô te seguindo. Volto aqui mais vezes, com certeza.

Beijo!

Michele disse...

Li, eu toco piano sim mas sou principiante! Prometo que quando estiver tocando Clair de Lune direitinho posto um video (daqui uns três meses, quem sabe! hihihi)! ;) Eu toquei teclado muitos anos, mas sempre quis aprender mesmo piano! Até pelo violino eu passei - mas rapidamente! Sempre gostei muito de música! :)

Um beijo, querida!

Jaya Magalhães disse...

Fiquei com um apertinho de te ler, sabe? Há um ano vim atrás do que é meu. Ela ficou. Minto. Ela veio, do lado de dentro. Veio em peso. Veio me dando asas.

Elas sempre vem, Lily.

E posso destacar algo lindo? Isso: "eu te amei ainda mais quando você não estava olhando".

Um absurdo de boniteza, além do texto inteiro.

Um beijo, flor.

Michele disse...

Li, que linda a história que você contou sobre a enfermeira que marcou a sua vida! É de se emocionar! E é tão gratificante saber que de alguma forma podemos tornar aquele momento um pouco menos difícil de se superar! Todos que amamos nossa profissão e nos dedicamos inteiramente a ela, colhemos bons frutos! E isso vale todo e qualquer esforço! Cada vez que algum paciente soltou um "Deus te abençoe" para mim, senti-me verdadeiramente abençoada pela oportunidade de ajudar de alguma forma aquelas pessoas! :)

Você é um doce, menina!

Um beijo grande e boa noite!

:)

Michele disse...

Jura que você tem estrelinhas no teto? Achei que elas não existiam mais? A

Aiii, vou colocar no quarto do meu filho (um dia, quando ele nascer!) só pra EU ficar babando! hahaha

Um beijo e bom fim de semana, querida!